segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sidney Gomes: "As emissoras tentam não desagradar para evitar rejeição e conseguir mais telespectadores"

O entrevistado da vez é o Sidney Gomes, jornalista mineiro que esbanja bom humor e boas sacadas no Twitter (@sidneygomesmg) e que é fã de carteirinha de programas como 30 Rock e Breaking Bad, entre outros, já que um de seus maiores passatempos é assistir séries dos mais diversos gêneros. Formado pela PUC Minas, este caratinguense, amante da música popular brasileira, fez parte do grupo que recebeu o prêmio Intercom pelo projeto Cidade Invisível, do qual participou na sua época de estudante. Na entrevista, Sidney conta como foi o dia em que deixou sua cidade natal, do mercado jornalístico em Belo Horizonte e de suas impressões sobre a televisão brasileira e as séries que tanto gosta de ver. 

BLOG. Você nasceu em Caratinga, mas mora em Belo Horizonte, ambas em Minas Gerais. Como foi essa história, quando você se mudou para a capital e o que pode contar da sua cidade natal?
SIDNEY. Sair de Caratinga foi muito difícil. Eu tinha 18 anos e era uma época em que eu era apegado a tudo: família, amigos, à própria cidade... O dia da mudança foi um dos dias em que eu mais chorei na vida. Mas ao mesmo tempo eu queria ir embora. Eu precisava ir embora. É uma pena, pois muitas vezes sua cidade natal não oferece a menor estrutura para quem quer trabalhar com comunicação, ou qualquer que seja o ramo das artes. Caratinga é, digamos, uma cidade pragmática, rsrsrs. Por isso desde muito criança eu sabia que não ia durar muito lá, seria uma sacanagem comigo mesmo. Meu sonho era morar no Rio, que era nosso polo cultural. Mas ó, vou adiantando: Caratinga produziu muita gente boa, só que para exportação. O escritor e jornalista Ruy Castro, a jornalista Míriam Leitão, e o Ziraldo, um gênio das artes gráficas... todo mundo caratinguense. Só pra não reclamarem que eu não citei, o cantor Agnaldo Timóteo também é de lá. E, para não ser injusto, vivem na cidade intelectuais fundamentais na minha formação, como o professor Lacerda e o professor Nelson Sena.

BLOG. Como foi o período de estudo na Faculdade de Comunicação e Artes da PUC e como está o campo de trabalho na sua área em Minas?
SIDNEY. Eu considero que aproveitei pouco o ambiente universitário, em vista de alguns colegas que praticamente moravam na PUC, rsrs. Eu assistia às aulas e ponto final. E tem uma coisa que fica em torno ao estudo acadêmico para a qual eu nunca tive a menor paciência: você parece ser obrigado a militar a respeito de algum assunto, qualquer que seja. Eu queria ter uma boa formação, e só. Tive alguns bons professores. Outros, verdadeiros assassinos do conhecimento, mas creio que esse seja um problema que exista em qualquer curso. Por isso acho que os estágios foram fundamentais na minha formação profissional. O destino me levou a trabalhar em televisão, o que não era exatamente a minha ideia quando prestei vestibular. Sempre achei que fosse trabalhar em revista, ou algum grande jornal do Rio. Talvez eu tenha deixado o barco à deriva por um tempo, e deu no que deu. Em BH, o mercado jornalístico é cíclico. Agora mesmo, enquanto vemos o lançamento da Vejinha BH, a Band e o SBT/Alterosa criando novos programas, um dos jornais de maior circulação na cidade acaba de fazer um corte imenso de funcionários.

BLOG. No tempo de faculdade, você fez parte do projeto Cidade Invisível. Como foi essa experiência e no que consistiu?
SIDNEY. Esse foi o projeto experimental do meu grupo. Na Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas, além da parte teórica - a famosa TCC -, ainda temos que apresentar um produto. E nós resolvemos trabalhar com jornalismo literário, por um simples motivo: uma boa história não precisa de gancho, nem tem que ser factual, precisa apenas ser bem contada. E fomos fundo pra mostrar uma Belo Horizonte que às vezes não percebemos que existe. E deu certo. Com o projeto, nós ganhamos o prêmio Intercom, o mais importante na área de estudos da comunicação do Brasil. E não podia ser diferente, meu grupo era diferenciado. Dele saíram grandes jornalistas que estão arrebentando por aí.

BLOG. Um de seus grandes passatempos é assistir séries de TV. Quais são as melhores e piores que você assistiu até hoje e quais gosta mais de assistir no momento?
SIDNEY. É, eu adoro. Acho que a primeira série que eu vi na vida foi Chaves, e, consequentemente, Chapolin. Depois veio Punk, a levada da breca. Anos depois vieram comédias como Fresh Prince, Full House e Step by Step. Aí o fenômeno Friends me acertou em cheio. O primeiro grande drama que acompanhei foi Lost, e, desde então, as séries são uma mania na minha vida. Não acompanho todas que eu gostaria, nem tenho tempo pra isso. Então nem sei falar sobre séries ruins. Se eu não gosto do piloto, eu largo mesmo, sem dó. A não ser que um amigo com bastante credibilidade me convença a continuar, prometendo que "depois melhora". Lost foi uma bela jornada de seis anos com um final decepcionante. Como telespectador, eu me senti traído. Nem tanto pelo resultado do que foi ao ar, mas pela impressão de que foi tudo decidido de última hora, parece que na véspera de começar gravar o episódio final os produtores ainda não sabiam que fim dar àquela saga. Hoje nós vivemos um período muito bom, com verdadeiras obras-primas no ar, como Breaking Bad, Damages (com Glenn Close arrebentando), Homeland e Game of Thrones. Sem falar que estamos na era de ouro das comédias: 30 Rock, Parks and Recreation, Modern Family, Veep, Community. Todas essas eu recomendo com louvor, vai por mim.

BLOG. E o nível da nossa televisão? O que você acha dos programas que se fazem atualmente na TV brasileira?
SIDNEY. Eu gosto muito de TV, quando era criança eu era vidrado. Sou da geração chamada "screenager". Não engrosso o coro daqueles que acham a TV brasileira o que há de pior. Eu não acho ruim, só acho chata mesmo. Hoje, pouquíssima coisa me empolga. Como TV é um negócio, e um negócio precisa de consumidores - no caso da TV, audiência -, as emissoras tentam não desagradar, para evitar rejeição e conseguir o maior número possível de telespectadores. E isso cria uma penca de programas insossos, de comunicadores insossos. Não há paixão. Eu me lembro do enredo as novelas que eu assistia quando era criança e me dá vontade de rir com o que eu vejo hoje. Até os comerciais eram mais interessantes que hoje. Dez anos atrás, eu era muito noveleiro. Hoje eu não consigo mais. Esta novela das 21h, Avenida Brasil, conseguiu trazer um pouco mais de ritmo. Ela tem um argumento idêntico à série de maior audiência nos Estados Unidos, atualmente: Revenge. É a filha que volta para vingar o pai que foi, de alguma maneira, injustiçado. E é curioso comparar os dois produtos. Parece que os americanos não têm medo de certos temas, de abordar certos tabus.  Mas a TV brasileira tem alguns oásis, como o Altas Horas, o Profissão Repórter, e o Comédia MTV (difícil ver tanta gente talentosa reunida).

BLOG. Muito obrigado pela entrevista, Sidney!
SIDNEY. Eu adorei. Como não faço análise, gosto quando me vejo numa situação em que eu tenho que colocar em ordem a opinião que eu tenho sobre mim mesmo.

De primeira

Cidade onde nasceu. Caratinga (MG).
Cidade onde mora. Belo Horizonte (MG).
Ocupação. Jornalista.
Time do coração. Não gosto de futebol.
Cor preferida. Fui dar uma olhada no guarda-roupa e percebi que a maioria das minhas roupas é branca. Mas não foi nada planejado, juro.
Prato favorito. Arroz, feijão batido, farofa de farinha de milho com couve, frango assado.
Bebida favorita. Coca-Cola.
Hobby. Assistir seriados. Preciso de outro hobby com urgência.
Uma música. Vou me arrepender desta resposta antes da entrevista ser publicada, mas vou escolher "O quereres", do Caetano.
Um livro. O último que me marcou foi "A elegância do ouriço", de uma autora francesa chamada Muriel Barbery.
Um filme. Eu tenho uma certa dificuldade em fazer rankings, mas vou de "O segredo dos seus olhos".
Uma atriz brasileira. Fernanda Torres (sim, acho a filha melhor que a mãe, podem me apedrejar).
Um ator brasileiro. Antônio Fagundes.
Uma atriz estrangeira. Glenn Close.
Um ator estrangeiro. Hugh Laurie.
Ídolo esportivo.  Não tenho, infelizmente.
Programa de TV preferido. 30 Rock.
Banda ou artista preferido. Tenho uma Santíssima Trindade: Chico-Caetano-Bethânia.
Ritmos musicais que escuta. 70% de música brasileira. E um pouco de rock e música latina.
Ritmos musicais que não gosta. Pop dos anos 90 pra cá.
O que mais gosta de comer, fora o prato favorito. Bobagens variadas.
O que não come de jeito nenhum. Comida japonesa.
Esporte favorito. Não curto muito.
Lugar mais bonito em que já esteve. Paris é a cidade mais bonita que eu já vi, mas não a que mais gostei.
País que gostaria de conhecer. No momento, Estados Unidos. Mas só por um motivo: Nova Iorque.
O Sidney, em até 140 caracteres. Eu sou um cara que tenta não piorar a vida das pessoas que convivem comigo. Se todos fizessem o mesmo, o mundo seria outro, certamente.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Larissa Castro: "Simplesmente me apaixonei pela Publicidade, amo, corre no meu sangue"

Agora chegou a vez de entrevistar a Larissa Castro, que é uma menina que sigo há mais de 2 anos no Twitter (@castrolarisa) e que gosta tanto de música que há alguns montou uma banda, a Degradê, na qual tocava bateria. Atualmente, a Larissa está quase terminando a carreira de Publicidade e, apesar de lamentar o iminente fechamento do curso, acredita que as perspectivas são ótimas para a sua área no Acre, estado em que ela sempre morou e que, aliás, adora. Na entrevista, a Larissa conta como é morar em Rio Branco e do que mais gosta de fazer na cidade, além de analisar a situação da propaganda que se faz no seu estado e comentar sua experiência como baterista na banda da qual ela formou parte. 

BLOG. Você mora em Rio Branco, uma das cidades mais importantes da Amazônia. Como é a vida na capital acreana, o que você mais gosta de fazer na cidade?
LARISSA. A maioria das pessoas acha um absurdo eu morar no Acre, mas pelo que muitos pensam aqui é maravilhoso morar. É um estado calmo e com grande chance de crescimento. Estamos vivendo um período muito bom. O estado está evoluindo, oportunidades estão aparecendo e muitas grandes empresas estão olhando para o Acre com um olhar especial e inclusive estão trazendo suas marcas para cá, que até alguns anos atrás ninguém imaginou que chegaria aqui. Fora isso as pessoas são maravilhosas (claro que sou modesta, hahaha) o clima é maravilhoso, temos bastante árvores, a Floresta Amazônica é praticamente aqui, né?! Eu particularmente adoro morar no Acre, uma das coisas que mais gosto de fazer é acampar. Existem muitos lugares ao ar livre que são destinados para isso. Sempre que tenho uma folga, reúno os amigos, pegamos um violão, algumas frutas e vamos acampar. Isso é maravilhoso! Você tem que vir aqui conhecer nossa cidade, você vai amar. Todos que conhecem o Acre amam ele como se fossem acreanos. =)

BLOG. Há alguns anos, você ajudou a formar a banda Degradê. Conta um pouco sobre essa história e também sobre o grupo.
LARISSA. Então, sabe aquele lance de que toda menina sonha em ter uma banda de rock? Então... Hahaha! Eu sempre gostei de música, minha família respira música. Minha vó e minha mãe cantam, meu tio toca, meus primos tocam e meu pai é percussionista. E eu não podia ser o patinho feio da família, né?! Cresci vendo eles tocarem e assim também cresceu a vontade de tocar. Resolvi aprender a tocar bateria (sempre gostei de coisas diferentes, hahahaha), reuni algumas amigas e montamos a banda Degradê, que era pra ser só de menina, mas não conseguimos viver sem os homens e pra alegria da mulherada tinha um homem na banda, o bendito fruto, Caio Lima. Uahduahduadauosaisa! (Ah, ia esquecendo que tinha também os namorados que, apesar de não tocarem, sempre iam no ensaio, tipo o Thalis, haha). A banda foi um período bom da minha vida, só tenho saudades. Conhecemos muita gente com a qual até hoje mantemos o contato, aprontamos muito e aprendemos muito também. Temos uma música gravada e infelizmente não tivemos chance de gravar as outras. O Thalis, rapaz que eu citei acima, era nosso compositor. Escreve muito bem e sempre tinha umas ideias mirabolantes. Era muito bom tudo que a gente passou, só restam lembranças e saudades. Ah, também restam fotos e vídeos...

BLOG. Não é comum ver uma mulher tocando bateria. O que te levou a se interessar por esse instrumento?
LARISSA. Nossa, eu sempre queria ser diferente. :p Como meu pai tocava percussão eu já tinha um certo interesse em tocar algum instrumento de percussão também. Resolvi escolher a bateria. xD Adorava o sucesso que eu causava, todos também falavam a mesma coisa que você falou. "Nossa, uma menina na bateria!" E eu, claro, adorava isso. Hahahahahahaha. Ainda toco bateria, só que estou sem tempo. :(

BLOG. Você é estudante de Publicidade. Sempre teve claro essa profissão em sua mente, o que está achando do curso?
LARISSA. Já estou na reta final. Esse ano, se Deus quiser, eu me formo. \o/ Eu adoro publicidade e propaganda. Confesso que de início eu não imaginava que ia gostar tanto do jeito que eu tô gostando. Simplesmente me apaixonei, amo, corre no meu sangue. Meu coração palpita toda vez que penso que estou me formando para ser publicitária. Meus olhos se enchem de alegria só de pensar. É algo inexplicável. Nunca achei que fosse gostar tanto assim da profissão que escolhi pra seguir. Sinto mais alegria ainda em saber que vou passar o resto da minha vida fazendo isso. =)

BLOG. E qual é a sua opinião sobre a publicidade brasileira, especialmente a que é feita no Acre?
LARISSA. Então, a publicidade vem se modernizando e cada vez mais criando métodos e ferramentas paras as novas tecnologias aplicadas. Ainda existe muita gente que faz a parte ruim da história, sempre tem. Mas em comparação aos outros que fazem as coisas certas e definidas, não deixam a desejar. No Acre, o movimento ainda é muito pequeno. Existe alguns publicitários formados que não estão atuando. E o mais triste ainda é que a minha turma é a última a se formar aqui no Acre, pois o nosso curso, devido a pouca procura, fechou! Estamos nos reunindo para movimentar um pouco essas bancas de cá, em breve muitas novidades sobre o mercado publicitário acreano irão chegar até vocês e eu estarei fazendo parte disso.

BLOG. Muito obrigado pela entrevista, Larissa!
LARISSA. Por nada, seu lindo. :*

De primeira 

Cidade onde nasceu. Feijó, Acre.
Cidade onde mora. Rio Branco, Acre.
Ocupação. Analista de Marketing.
Time do coração. Corinthians. Timão, ê, ô!
Cor preferida. Rosa, rs.
Prato favorito. Peixe frito. *-*
Bebida favorita. Cerveja suja, por favor. :p
Hobby. Andar de bicicleta.
Uma música. No momento a música que está marcando essa fase da minha vida é Paradise, do Coldplay.
Um livro. Faça Logo Uma Marca, de Francesc Petit.
Um filme. De Pernas Pro Ar.
Uma atriz brasileira. Ingrid Guimarães (adoro essa mulher).
Um ator brasileiro. Stênio Garcia.
Uma atriz estrangeira. Angelina Jolie (além de linda, trabalha muito bem).
Um ator estrangeiro. Claro que é o Adam Sandler.
Ídolo esportivo. Cara, não tenho um específico. ;/ Sou pody?
Programa de TV preferido. ABC Felino e Canino. *-*
Banda ou artista preferido. Zé Ramalho.
Ritmos musicais que escuta. Eu separo a música como música ruim e música boa. Não tenho um ritmo específico para ouvir. Eu gosto de música boa, só isso.
Ritmos musicais que não gosta. Música ruim, rs.
O que mais gosta de comer, fora o prato favorito. Açaí cremoso, please! >___>
O que não come de jeito nenhum. Jiló, argh!
Esporte favorito. Vôlei :) Antigamente eu jogava no time do colégio, rs.
Lugar mais bonito em que já esteve. Sem dúvida foi uma ilha maravilhosa em Salvador, bem isolada, só que esqueci o nome. :(
País que gostaria de conhecer. Portugal.
A Larissa, em até 140 caracteres. Adoro suco de laranja, tenho preguiça e acho perfeita a combinação de frio e filme. Fora isso, sou uma menina normal que toca bateria, rs.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Junior Manoel: "Fazer estágio de Jornalismo é uma experiência muito real"

O primeiro entrevistado do blog é o Junior Manoel, pernambucano arretado que eu sigo no Twitter (@juninhooow) e que compartilha comigo a paixão pelo Jornalismo, tanto que atualmente faz estágio na TV Globo Nordeste. Apesar de ter nascido no Recife (e não em Recife, como faz questão de frisar), Junior mora em Olinda, bela cidade vizinha, localizada na região metropolitana da capital do estado. Na entrevista, Junior, que é torcedor do Sport, admirador do jornalista Caco Barcellos e tem um gosto bastante eclético no que se refere a música, comenta sobre as vantagens e desvantagens de se viver na capital pernambucana, as experiências como estagiário da Globo e a qualidade do que se produz atualmente na televisão brasileira.

BLOG. Quais são os maiores prazeres de se viver em Recife e, em contrapartida, quais são os problemas mais graves ou chatos do dia a dia na cidade?
JUNIOR. Por questões vaidosas e históricas, vivo NO Recife; e não EM Recife. Nasci no Recife, mas moro em Olinda - a irmã mais velha. Você sabe que o povo aqui é megalomaníaco, né? A gente diz a todo mundo que temos "a maior avenida em linha reta", "o maior shopping", "a maior emergência"... Enfim, a gente tem é orgulho de ter o que temos e do jeito que temos. Recife é uma cidade que tem "o prefeito mais odiado também" (oaí a megalomania!), mas onde a gente é feliz. Ao contrário do que muitos podem pensar, aqui não só toca frevo. Aliás, entramos geral no circuito dos shows internacionais. Como disse Paul McCartney: "ô povo arretado!". Acredito que problemas temos como qualquer outra cidade grande (a maior cidade pequena da América Latina). O lixo pode ser uma das coisas que mais me incomodam. É a união da má-educação das pessoas com o descuido do poder público. Temos também obras que parecem não ter fim - como o Viaduto da Pan Nordestina, na saída de Olinda pro Recife. Ah! Temos também os tubarões tomando banho pertinho da gente (ou a gente tomando banho pertinho deles?)... E, claro, temos o mar querendo o espaço dele de volta. Entretando, de coisa, temos as tapiocas do Alto da Sé, o elevador panorâmico recém-inaugurado, a macaxeira com carne de sol e queijo coalho assado da Casa de Noca, um sol pra cada pessoa, o cuscuz com manteiga e ovo mexido e o "oxe/oxente" que cabe em qualquer contexto.

BLOG. Você está fazendo estágio de Jornalismo na Globo. Como tem sido essa experiência?
JUNIOR. É uma experiência muito real. Você vê de fora e não tem ideia de como é a dedicação dos profissionais com a notícia. É coisa séria. São dez estagiários no Jornalismo da Rede Globo Nordeste. Seis são da redação da TV, dois no G1 Pernambuco e dois na redação do Globo Esporte PE. Nós seis, da tv, dividimo-nos em apuração (quem busca a notícia), produção (passa as orientações pro repórter fazer a matéria) e edição (prepara o material que vai pro ar). Além disso, a gente faz reportagem e produz os vivos, "in loco", dos telejornais da emissora. No Carnaval, produzi a repórter Beatriz Castro - pro Jornal Nacional e pra Globo News - e viajei de GloboCOP pra duas cidades (Nazaré da Mata e Itamaracá), para mostrar como é a festa deles (ver vídeo). Procuro aproveitar tudo. No mais, estou curtindo. Tenho dois exemplos de matérias que me envolvi muito na hora de fazer: o plantão à espera de Paul McCartney, em que conseguimos imagens exclusivas do ex-Beatle (ver vídeo), e uma matéria sobre pães (ver vídeo).

BLOG. Quais foram as matérias que você mais gostou de fazer até agora e que tipo de pautas você prefere?
JUNIOR. Quando você trabalha em televisão você faz tudo. E quando é da "geral", aí que a mistura é ainda maior. Já fiz comportamento, polícia, esporte, cultura, política, já entrevistei artista chato... Mas gosto mesmo é do factual. Aquele que você está saindo da redação, de bolsa nas costas, e te pedem pra dar uma passada num protesto numa das avenidas mais movimentadas do Recife - Av. Governador Agamenon Magalhães (ver vídeo). Você é forçado a prestar atenção em tudo: um bate-boca aqui, os policiais ali, o povo gritando, as pedras voando, você tirando foto pra mandar pra redação... Nesse dia levei até uma pedrada. Mas voltamos com um material completo.

BLOG. Você torce para o Sport, clube que foi campeão da Copa do Brasil em 2008 e no ano seguinte fez uma bela Libertadores, mas depois caiu e vem enfrentando problemas. O Santa Cruz está em uma situação crítica há anos e o Náutico não consegue se firmar. Na sua opinião, por que o futebol pernambucano vive essa crise e o que deve ser feito para recuperar o protagonismo no futebol nacional?
JUNIOR. O Sport enfrentando problemas? Terminamos a série B do Campeonato Brasileiro em 4º colocado e subimos à primeira divisão. Terminamos a primeira fase do Campeonato Pernambucano como líder. Estamos com a vantagem na semifinal... (no dia da entrevista a semifinal ainda seria disputada) Enfim! Não sou craque em futebol, não, mas acredito que o problema do futebol pernambucano - também em outros estados - está em quem gere os clubes. As prioridades, para os dirigentes, são outras. Problemas políticos dentro dos clubes, entre diretores do mesmo clube. Quando eles tiverem realmente compromisso com os clubes (digo deixar interesses pessoais/econômicos em segundo plano), acho que pode melhorar.

BLOG. Voltando ao jornalismo: como você vê a qualidade do jornalismo que se faz no Brasil e do que se produz na TV em geral?
JUNIOR. É tudo muito relativo (a frase que mais gosto de dizer)! Cada emissora tem uma linha editorial própria, cada repórter tem seu estilo, cada telejornal tem seu público-alvo. Tenho programas favoritos em várias emissoras. E não curto programas também de várias emissoras. O Profissão Repórter, pra mim, é o melhor. Desde sempre. Bem antes de eu me meter no Jornalismo. Gosto do formato do programa, da maneira como eles tratam os assuntos, do profissionalismo da equipe, dos temas, dos olhares... Posso confessar que é meu sonho. Aprendi na redação: "Numa redação não existem regras, existem princípios!". Não existe fórmula pra se fazer o melhor, sobretudo quando se trata de notícia. O compromisso tem que ser com o telespectador, mesmo sabendo o quão é difícil mantê-lo fiel à sua programação. Não tem como explicar... Tudo é relativo!

BLOG. Muito obrigado pela entrevista, Junior!

De primeira

Cidade onde nasceu. Recife.
Cidade onde mora. Olinda.
Ocupação. Estudante.
Time do coração. Sport Club do Recife.
Bebida favorita. Água.
Um livro. Abusado, de Caco Barcellos.
Um filme. Não sou fã de cinema.
Ídolo esportivo. Não tenho.
Programa de TV preferido. Profissão Repórter.
Banda ou artista preferido. Se eu disser que curto Banda Calypso, perco a credibilidade? (risos).
Ritmos musicais que escuta. Escuto tudo. Minha playlist vai do gospel ao funk pesadão. Pronto, falei!
Ritmos musicais que não gosta. Metaleira.
O que mais gosta de comer, fora o prato favorito. Tudo que não faz bem.
O que não come de jeito nenhum. Berinjela, brócolis, couve-flor, jiló e essas coisas exóticas.
Esporte favorito. Futebol.
Lugar mais bonito em que já esteve. Recife, claro!
País que gostaria de conhecer. Suíça, Itália.
O Junior, em até 140 caracteres. Feliz, sensato, ousado, chato, falador, complicado...